domingo, 21 de novembro de 2010

Inteligência Existencial




Como eu disse em post anterior, Gardner discutiu a possibilidade de uma nona inteligência, a Inteligência Existencial. Ele descreve a capacidade principal desta inteligência como a capacidade de situar-se com referência ao alcance máximos dos cosmos - o infinito e o infinitesimal - e a capacidade relacionada de situar-se com referência a características existenciais da condição humana como o significado da vida, o significado da morte, o derradeiro destino dos mundos físico e psicológico, e àquelas experiências profundas como o amor por alguém ou a total imersão num trabalho de arte (Gardner, 1999b, p. 60). Gardner afirma explicitamente que não está propondo uma inteligência espiritual, religiosa ou moral baseada em quaisquer "verdades" específicas propostas por diferentes indivíduos, grupos ou instituições. Em vez disso, ele está sugerindo que qualquer representação do espectro de inteligências humanas deveria incluir a busca tão antiga da humanidade das respostas às perguntas básicas da vida: "Quem somos nós?", "Qual é o sentido disso tudo?", "Existe significado na vida?", e assim por diante. Nesta definição inclusiva há espaço para papéis explicitamente religiosos ou espirituais (teólogos, pastores, rabinos, xamâs, ministros, padres, iogues, lamas, imãs) e também para papéis não-religiosos e não-espirituais (filósofos, escritores,artistas, cientistas e outras pessoas que se fazem essas perguntas mais profundas como parte do seu trabalho criativo). Embora a inteligência existencial não seja um "ajuste perfeito" em termos dos critérios de Gardner (esta sendo a razão de ele ainda não a ter qualificado inteiramente para inclusão na teoria das IM). existem pontos de confluência suficientes para justificar que os educadores considerem esta inteligência como "a recém-chegada no grupo". Alguns educadores podem sentir uma certa relutância em trabalhar com a inteligência existencial, por medo de entrar em controvérsias com a comunidade, de infrigir leis constitucionais que garantem a separação entre igreja e estado ou de violar a própria consciência ou sistema de crenças (ou a consciência ou o sistema de crenças dos alunos) em relação a essas questões mais profundas da vida. Mas é importante salientar que esta inteligência não envolve promover religião, espiritualidade ou qualquer sistema específico de crenças. Pelo contrário, esta inteligência examina de diversas formas as preocupações existenciais mais amplas da humanidade (tanto religiosas quanto não-religiosas). Existem leis constitucionais claras sobre o ensino de religião nas escolas públicas (de forma objetiva e neutra) e razões pedagógicas importantes para agir assim em todo o currículo (Nord e Haynes, 1998). Em breve postarei como professores podem integrar a Inteligência Existencial à sala de aula.